segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ciranda


A ciranda é uma dança típica das praias, mais precisamente daquelas situadas ao norte de Pernambuco. Porém, sua origem não se restringe ao litoral. Verificou-se que seu surgimento ocorreu, simultaneamente, tanto na zona litorânea quanto em certas áreas, mais interioranas, da Zona da Mata Norte.

Nos primórdios, o ambiente de apresentação restringia-se aos locais populares como as beiras de praia, os terreiros de bodega, pontas de rua, etc. Seus participantes eram basicamente trabalhadores rurais, pescadores, operários de construção, biscateiros, entre outros. É uma manifestação bastante comunitária, não tendo nenhum preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes.

Etimologicamente, a palavra “ciranda” foi alvo de muitas interpretações. Para o padre Jaime Diniz, pioneiro no estudo do tema, ela é proveniente do vocábulo espanhol Zaranda, que é um instrumento de peneirar farinha daquele país e que teria evoluído da palavra árabe Çarand, como afirma Caldas Aulete no seu Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa.

O ganzá, o bombo e o caixa formam o instrumental básico de uma ciranda tradicional. Às vezes, encontram-se ainda a cuíca, o pandeiro, a sanfona, ou algum instrumento de sopro. As músicas cantadas pelo mestre podem ser aquelas já decoradas (dele ou de outros mestres), improvisações, ou até mesmo canções comerciais de domínio público transformadas em ritmo de ciranda. Os passos da dança variam com a própria dinâmica da manifestação, não sendo portanto definitivos. Pode-se, porém, destacar os três mais conhecidos dos cirandeiros: a onda, o sacudidinho e o machucadinho. Não existe limite numérico para esta brincadeira. Geralmente começa com uma pequena roda de poucas pessoas, que vai aumentando à medida que outros chegam para dançar.



Existe também a figura do Mestre, que fica no centro da roda e tem a responsabilidade de iniciar a Ciranda, comandar a animação e manter a ordem, utilizando um apito que fica pendurado no seu pescoço, sendo o integrante mais importante do folguedo é o seu nome que a identifica, como a do Baracho, que comandou durante muitos anos a Ciranda de Abreu e Lima, a de Dona Duda, na praia do Janga e a muito famosa Ciranda da Lia, que nasceu nas alvas areias da Ilha de Itamaracá, litoral norte de Pernambuco, O “dono da ciranda” geralmente é um pequeno comerciante, que promove a dança em frente de seu estabelecimento, arrecadando dinheiro para o pagamento do Mestre, com a venda de comes e bebes ao público que participa da apresentação.

Os passos da dança são muito simples, sendo os mais conhecidos a onda, o sacudidinho e o machucadinho e é muito comum que qualquer turista que queira entrar na roda, dançar sem a menor dificuldade.

As Cirandas mais famosas e conhecidas dos turistas que visitam o nosso Estado são as dançadas à beira da praia, na cadência dos passos dos cirandeiros, com roupas leves, pés descalços, harmonizando a música com o balanço das ondas do mar.

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