
Dona Duda é a primeira cirandeira popular nos registros da cultura popular do Nordeste.
Dona Duda, A Ciranda do Amor
Originária de Portugal como dança de roda para adultos, provavelmente também dos formatos das quadrilhas européias, a ciranda começou a ser popularizada no Brasil na Zona da Mata e nas praias pernambucanas, depois então se espalhando por todo o Nordeste, onde, com o passar dos tempos, chegou a ofuscar um outro ritmo muito festejado em toda a Zona Norte do estado: o coco.
Resultante da mistura, não apenas do canto e da dança, em especial de brincadeiras e recreações, principalmente no sul do país, porque praticada como samba rural e mesmo momo dança de roda infantil, a ciranda, inicialmente representada por mulheres de pescadores que esperavam a volta de seus maridos, entrança as mais vivas e belas cores nordestinas do folclore.
No passo de cirandeiros ou cirandeiras, entoando temáticas poéticas bastante variadas, dizem até também de mãos dadas com o reisado, daí chegando ao repertório musical, todas as origens e camadas musicais distribuídas na ciranda irão comprovar não haver espaços para quaisquer discriminações. O interessante é que o corpo de cada figurante simetricamente acompanhe, em compasso de balanço e de molejo, as “tiradas” do mestre, enquanto são dançadas e cantadas as respostas. Mesmo porque, em tempo de democracia e ao som de flautas, zabumbas, trompetes e caixa, além do ganzá “chocalhado” pelo próprio cirandeiro, elementos da orquestra centrados na roda, todos dão-se as mãos formando uma enorme roda.
Nas praias pernambucanas, mais especificamente no Janga, provavelmente tenha sido a pioneira na expansão, no canto e na composição do gênero ciranda, dança e música. Não há, no entanto, como eleger Vitalina Alberta de Souza Paz, a Dona Duda da praia do Janga, uma morena bonita dos olhos da cor do mar, como a primeira cirandeira do Brasil. Sobretudo porque não me ocorre nenhuma outra dama cirandeira que a ela tenha precedido.
Perfil da homenageada
Nome completo: Vitalina Alberta de Souza Paz
Noem artístico: Dona Duda
Data: 11 de abril de 1923
Altura: 1,65
Religião Católica
Ídolo: DEUS
Uma personalidade na música: Luiz Gonzaga
O amor: a essência para humanidade
Gratidão: sempre
Detesta: o descaso de alguns órgãos públicos que tratam a cultura como um lixo
Alegria: a ciranda
Tristeza: ver crianças soltas sem educação caindo no vício
Onde mora: Praia do Janga
Um lugar: Jaboatão dos Guararapes
Prato predileto: peixe
Roupa: coloridas e leves
Animal: cachorro
Time do coração: seleção brasileira
Orgulho: de ser cirandeira
Sonho: transformar a área de lazer de sua ciranda em uma escola de educação artística musical
Uma frase: “Sempre acho que sou forte e bonita. Alegria de viver eu tenho muita”
Um pensamento: “Gostaria de ser para meu povo uma espécie de folclore permanentemente vivo para que o tempo não pudesse decompor nossas raízes”
Meu nome é Cecilia, sou pesquisadora e brincante da cultura popular no Rio de Janeiro. Sou também professora de canto e de capoeira. Estou escrevendo um trabalho sobre a cultura popular onde a ciranda se insere neste estudo. Gostaria de saber onde posso comprar o livro da Cylene sobre a vida de Dona Duda. Será que vocês podem me ajudar?
ResponderExcluirDeixo o meu e-mail: ceinsfeld@hotmail.com
Agradeço a atenção,
Cecilia Einsfeld